Advogado de defesa de Suzane deixa o caso
SÃO PAULO - A equipe de advogados de defesa de Suzan von Richthofen teve uma baixa nesta sexta-feira. Mário de Oliveira Filho deixou o caso. A decisão havia sido tomada por ele nesta quinta-feira, mesmo dia em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou hábeas-corpus a jovem, que voltou para a cadeia em Rio Claro. Procurado pela reportagem do GLOBO ONLINE, Oliveira confirmou sua saída do caso, mas não quis explicar os motivos. Apenas na segunda-feira, os advogados devem entrar com pedido de hábeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a liberdade provisória da jovem. Ela vai passar o final de semana no Centro de Ressocialização de Rio Claro, onde voltou a ser presa.
Suzane voltou à prisão nesta quinta-feira por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por três votos a um, os ministros do STJ cassaram a liminar que havia concedido prisão domiciliar à jovem. Os ministros aceitaram os argumentos da acusação de que Suzane poderia tentar fugir do país e que ela representa uma ameaça ao irmão, Andreas von Richthofen, com quem disputa a herança.
De acordo com Mauro Otávio Nacif, advogado que comanda a defesa, Oliveira Filho deixou o caso por razões pessoais. Ele informou que a agora equipe será composta pelos seguintes profissionais: o próprio Nacif, Mário Sérgio de Oliveira e Denivaldo Barni Júnior. Também fazem parte da equipe Mário de Oliveira - pai de Oliveira Filho, que deixou o caso - de 96 anos de idade, e Eleonora Nacif, filha de Mauro Nacif. Denivaldo Barni, pai de Barni Júnior, é ex-tutor de Suzane e seu advogado na parte civil, que cuida da divisão da herança.
- A experiência de vida do doutor Mário de Oliveira vai contribuir muito. Ele sempre esteve completamente lúcido e ativo. O doutor Nacif vai comandar a equipe porque é especialista em júris - explicou Eleonora.
É a segunda vez que um advogado sai do caso. O criminalista Antônio Mariz de Oliveira deixou a defesa de Suzane em meados de 2005, quando foi obtido hábeas-corpus que colocou Suzane em liberdade provisória. Segundo a equipe de defesa, havia um acordo para que Mariz se desligasse assim que a Justiça decidisse sobre a liberdade da jovem.
Os advogados de defesa de Suzane von Richthofen adiaram para segunda-feira o pedido de hábeas-corpus ao Supremo Tribunal Federal porque faltavam alguns documentos para serem anexados ao pedido.
- Faltava anexar o boletim de ocorrência, comprovando que Suzane se apresentou voluntariamente à polícia, e o voto do ministro Nilson Naves, relator do processo no STJ, que é favorável à libertação de Suzane - explicou Nacif.
De acordo com o advogado Mauro Otávio Nacif, o pedido de hábeas-corpus deve ser apresentado entre 12h30 e 13h de segunda.
Nacif afirmou ainda que o pedido terá como base o voto de Naves, que, como a defesa, entende que não há provas de que Suzane tenha ameaçado o irmão.
- O promotor diz que a prisão é necessária para proteger o Andreas, um rapaz alto e forte. Isso é um absurdo - diz Nacif.
Segundo ele, Suzane chorou muito ao saber da decisão do STJ, e foi chorando quando estava a caminho de Rio Claro. De acordo com Nacif, ela considerou a decisão injusta.
A defesa de Suzane afirmou ainda que deve recorrer da decisão do juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri da capital, que adiou para o dia 17 de julho, a decisão de separar o júri de Suzane e dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos. Para o juiz, a cisão do júri deve ocorrer no momento no julgamento.
- O juiz tem meios para tentar obrigar o julgamento conjunto. Eu tenho forma de prevenir isso. Não posso abrir mão de meia hora de defesa. Se forem julgados juntos, meu tempo de defesa é de duas horas. Se for separado, é de duas horas e meia - afirma.